Valor chegou a quase R$ 4 bilhões em 2015, conforme Instituto.
Déficit aumentou mesmo após reforma da previdência.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou um rombo na previdência de Santa Catarina que chegou a quase R$ 4 bilhões em 2015. Segundo o Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev), o estado não tem um equilíbrio entre o número de servidores ativos e inativos. O déficit aumentou mesmo após a reforma na previdência pública do estado, como mostrou o RBS Notícias.
Dados
A análise foi feita nas previdências estaduais das 27 unidades da federação. Santa Catarina está entre as 23 com rombo, quando o estado pega dinheiro de outras áreas para cobrir aposentadorias. O rombo era de R$ 1,6 bilhão em 2006. Não há dados de 2016, mas a Fazenda estadual informou que caiu para R$ 3,5 bilhões.
De acordo com o presidente do Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev), Roberto Faustino, “uma previdência, para ser equilibrada, precisa ter 4 servidores ativos para 1 inativo e pensionista. No estado de Santa Catarina hoje esse número é 1,8 ativo para 1 inativo”.
O Ipea afirmou que o déficit previdenciário é um problema que atinge, principalmente, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Esses estados não gastam mais do que os outros, mas, em relação ao que arrecadam, o gasto cresceu mais do que nos outros estados.
Santa Catarina gastou, em 2006, entre 6,5% e 13% de tudo o que arrecadou para cobrir o rombo na previdência. Em 2015, passou a gastar mais de 19,5%, segundo o Ipea.
Contudo, o governo discordou dessa porcentagem. Disse que o déficit na previdência foi de 13% em 2015 e 14% no ano passado. A justificativa é que o cálculo do governo e do Ipea, para chegar a esses valores, é diferente.
Reforma da previdência dos servidores
Independente do cálculo, a porcentagem aumentou, mesmo depois da reforma estadual na previdência, aprovada no fim de 2015. Ela aumentou a contribuição dos servidores estaduais e criou uma previdência complementar opcional, a SC Prev. Também não há mais o fundo previdenciário. Ele reunia contribuições dos concursados depois de 2008 e aplicava no mercado financeiro, o que resultava em rendimento.
A diretora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBPD) Gisele Krachychyn preferia o modelo antigo. “Se o dinheiro ficasse economizado e rendendo, os juros iriam facilitar o pagamento desse débito”.
A Fazenda afirmou que, se a porcentagem usada para cobrir o rombo cresceu, ela cresceu menos do que nos anos anteriores. A previsão é economizar R$ 110 milhões em 2017 com a reforma, mas zerar o rombo pode demorar. “Não é uma medida que você toma a medida hoje que repercute já no déficit do ano seguinte”, disse o presidente do Iprev.
Fonte: G1